segunda-feira, 9 de agosto de 2010

HONDURAS - Caos da Burocracia

Acordamos as 7hs,tomamos café e saímos em torno de 8hs.No estacionamento havia 2 homens com escopetas,guardas privados.Eu ja tinha notado que no posto de gasolina que tinhamos parado tambem havia guardas com escopetas e vi que numa loja na frente do hotel tambem havia.Perguntei para o guarda e ele disse que havia muito assalto e sequestros dos comerciantes ,entao aquilo virou uma rotina na cidade.Depois que saímos fui reparando na rua central e a maioria das lojas tinha sua segurança privada.Demoramos para achar a saída para Honduras,nao tem placas e fomos no boca a boca.Chegamos na fronteira por volta de 10:15 e tomamos um susto danado.Vieram uns 10 homens correndo em nossa direcao gritando mas logo percebi que estavam se oferecendo para agilizar nosso processo na Aduana e aí pensei:o negocio vai complicar.Depois de uns 10 minutos precisei dar um basta,disse que nao queria ninguem e que se precisasse chamaria.Mostramos o passaporte para um guarda e ele nos mandou seguir para o predio em frente.Todos vieram correndo atrás.Um deles tinha um crachá tipo de despachante aduaneiro e o Marcio resolveu seguir as instrucoes dele e quando comecei a ver como ia ser resolvi entrar nessa tambem e aí comecou a brincadeira.Eles nos levou a uma porta que tinha um gordo e esse nos pediu 3 copias do passaporte,3 do documento da moto e 3 da carteira de motorista,alem dos originais.Disse que devíamos voltar daqui 1/2 hora.O rapaz entao nos levou para o outro lado da rua para fazer a documentacao de importacao temporaria das motos.Mais 3 copias de cada documento e tivemos que pagar US$21,00,mas só ia ficar pronto mais tarde.Para adiantar tinhamos que ir pagar uma taxa no banco e chegamos lá estava a maior fila.O rapaz pediu entao 10 dolares para agilizar o pagamento e em 2 minutos saiu com os boletos pagos. Enquanto isso reparei que a fila nao andou 1 passo.Acho que só atendiam os que pagavam.Fiquei com pena daquela gente.Aí passamos no Gordo e ele mandou o Marcio entrar e eu esperar.Aproveitei e vi que tinha um cara lavando um carro e perguntei se ele nao queria lavar nossas motos pois ainda estavam imundas do caos da Guatemala.E aí fiquei la vendo o cara lavar e batendo papo com um cara na frente de uma casa de cambio,pra variar com uma escopeta na mao e aí o Gordo me chamou tambem e mandou entrar na porta misteriosa.Estava lá o protótipo do burocrata arrogante.Fiquei em pé,ele comecou fazer umas perguntas imbecis e depois entrou um cara com um problema e ele foi ligar para uma tal de Carla Gutierrez,uma funcionaria que tinha feito uma besteira e ficou discutindo com ela um tempao sobre o problema e eu ali em pé esperando.De vez em quando ele parava e fazia de novo as mesmas perguntas,meu nome,cor da moto,etc.. e comecou a preencher um documento e cada palavra que escrevia falava 10 minutos ao telefone.Depois de 1/2hora ele me deu um papel para ir pagar no banco de novo,mas antes tinha que tirar 3 copias desse papel e 3 copias de um carimbo que ele tinha colocado no passaporte,mas essas 3 copias tinham que vir com o carimbo do banco.Saí com o rapaz e fomos para as copias.Eu falei que era melhor pagar primeiro no banco pra tirar as copias ja com o carimbo,mas ele falou que o banco TAMBEM precisava da 3 copias.Conclusao,depois que o banco carimbou tivemos que voltar pra tirar mais 3 copias.Aí voltei lá no doutor,ele conferiu tudo e me entregou meus documentos e o papel da importacao da moto.Dali ainda tivemos que ir no outro guiche para pegar outro papel.Finalmente depois de 2 horas e aproximadamente 21 copias para cada um de nós saímos exaustos,morrendo de calor e se nao fosse o despachante acho que seria coisa de umas 5horas ali.Tomamo uma Coca gelada e atravessamos Honduras em 2 horas e chegamos na fronteira com a Nicaragua.A saída de Honduras foi rapida,mas a entrada na Nicaragua,mais taxas,mais papeis para as motos,mais seguro para as motos e ficamos ali pelo menos mais 1 hora.Muito calor,tomamos um Gatorade e partimos,pois queriamos chegar pelo menos em Granada,mais proximo da fronteira com Costa Rica.A estrada era boa,a paisagem muito parecida com Guatemala,El Salvador e Honduras,até parece que se está no mesmo país.Cadeia de montanhas dos 2 lados do vale,com muita floresta,muito verde e muitos vulcoes,o maior chama Momotombo .Mas de repente,pra variar uma tempestade de verao.Olhei para a frente e via aquela nuvem negra soltando raios e trovoes e mergulhamos nela.Chuva pesada,grossa,mas fomos em frente,e durou uma 1/2 hora e la na frente melhorou,mas a viagem nao rendia,quando saíamos de uma cidade e comecavamos acelerar,aparecia um cara de bicicleta comboiando umas vacas pelo asfalto,ou um cachorro atravessando a pista e até um porco gordao passou correndo na minha frente.Se nao sou esperto na freada ia voar toucinho pra todo lado.Ja estava comecando escurecer,por volta de 18hs quando chegamos em Managua,capital,onde decidimos ficar hoje,encontramos logo um bom hotel e depois do jejum desde manha conseguimos jantar bem no proprio hotel.Vamos ver o que nos aguarda amanha,mas dizem que Costa Rica é mais tranquilo,esperamos.

3 comentários:

  1. Nossa mãe! Que nervoso! Para que tanta burocracia???? Em alguns momentos, tive vontade de mandar o Gordo pra aquele lugar...Por que tanta diferença no atendimento, nao? Falta de respeito é pouco...Bem, pra variar, continuo desejando sorte e que essas amolações fiquem para trás. Abraço forte!

    ResponderExcluir
  2. América Latina! Não negamos nossa herança ibérica! O Gordo me fez lembrar o sargento Garcia! Acho que a pior parte é lidar com esse tipo de comportamento e pensar que ainda tem tanto pela frente! Faz parte...
    Boa viagem

    ResponderExcluir
  3. Esse capitulo está concorrendo ao prêmio de mais emocionante do livro de bordo dos motoqueiros nômades.
    A principal recomendação para enfrentar a burocracia é ter bastante dinheiro trocado no bolso. Bem trocadinho mesmo, moedas e notinhas de um. Você pode achar que está oferecendo pouco, mas o burocrata está acostumado com bem menos.
    Vocês só esqueceram de falar quanto foi o hotel.
    Agora vocês vão me dar licença, vou parar de escrever e vou jogar no bicho, com o palpite de vocês: vaca, cachorro e porco. Terno de grupo.

    Não esqueçam, dinheiro trocado no bolso, fé em Deus e pé na tábua.

    Um abraço,

    Edu/Fátima.

    ResponderExcluir